Uma grande nuvem escura pairava sobre o Palácio das Manhãs Flamejantes.
Aerandir Flamabranca, arquidruida do Palácio de Cristal, nomeado pela própria
Matriarca, observava atentamente os movimentos sutis da nuvem. A profundidade
de suas matizes e tentava medir a força da tempestade que se abateria no grande
bosque imperial.
Nesse momento um pequeno pássaro de penas vermelho sangue e amarelo ouro
pousou junto a varanda de pedra a apenas alguns centímetros de Aerandir. Em seu
pé um pequeno pergaminho amarrado com um fio de ouro.
O pássaro aguardou até que Aerandir tirasse o inútil peso de seu corpo e
então partiu. O Arquidruida ficou a observa-lo até que sumisse no horizonte,
então, olhou para o pequeno pergaminho e o desenrolou.
Leu e releu cerca de dez vezes. Agora estava apoiado contra a murada de
pedra da ampla varanda na torre mais alta do palácio, e o vento havia mudado,
soprava mais forte. Um raio cortou o horizonte ao longe seguido de um leve
estrondo. Haveria tempestade.
Há 30 anos havia passado uma simples misssão para seu pupilo mais
talentoso Amras, o pastor de fadas. Ele deveria destruir a Bastilha da Lâmina
Sangrenta, mas pelo conteúdo da carta, falhou miseravelmente.
Havia agravantes. Satynir, o posto mais avançado junto a fronteira
leste, havia caído, o segredo dos Forlarrens tinha sido roubado e novamente o
demônio havia se libertado para marchar contra o povo faérico.
Pensava em como contar aquilo para a Matriarca e um calafrio lhe
percorreu a espinha. A ira daquela criatura era incontrolável.
Incrível como aquelas criaturas mortais haviam evoluído. Em menos de um
século deixaram de ser simples desbravadores para se tornar um império próspero
e organizado fazendo frente militarmente às forças da natureza que o povo
faérico controlava muito bem até então.
Fechou os olhos, mas pode ver mesmo assim o lampejo que se seguiu, bem
mais próximo agora, seguido de um ruído altiíssimo. Pensou no sanguinário
Chartriel, o domador de ventos e em Luthien, a talentosa Sith que havia iludido
o poderoso Marechal Lâmina Sangrenta pór 20 anos. Tudo em vão.
Amras sabia o que o esperava por tamanho fracasso. Talvez, ele próprio
desse um fim a sua ridícula existência. Esperava que sim. As gotas começavam a
cair, grossas e pesadas.
Aerandir deu as costas à tempestade e se mesclou a grande raiz que se encontrava a sua frente, desaparecendo, como se nunca estivesse estado ali.
Aerandir deu as costas à tempestade e se mesclou a grande raiz que se encontrava a sua frente, desaparecendo, como se nunca estivesse estado ali.
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