sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Tempestade


Uma grande nuvem escura pairava sobre o Palácio das Manhãs Flamejantes. Aerandir Flamabranca, arquidruida do Palácio de Cristal, nomeado pela própria Matriarca, observava atentamente os movimentos sutis da nuvem. A profundidade de suas matizes e tentava medir a força da tempestade que se abateria no grande bosque imperial.  

Nesse momento um pequeno pássaro de penas vermelho sangue e amarelo ouro pousou junto a varanda de pedra a apenas alguns centímetros de Aerandir. Em seu pé um pequeno pergaminho amarrado com um fio de ouro.

O pássaro aguardou até que Aerandir tirasse o inútil peso de seu corpo e então partiu. O Arquidruida ficou a observa-lo até que sumisse no horizonte, então, olhou para o pequeno pergaminho e o desenrolou.

Leu e releu cerca de dez vezes. Agora estava apoiado contra a murada de pedra da ampla varanda na torre mais alta do palácio, e o vento havia mudado, soprava mais forte. Um raio cortou o horizonte ao longe seguido de um leve estrondo. Haveria tempestade.

Há 30 anos havia passado uma simples misssão para seu pupilo mais talentoso Amras, o pastor de fadas. Ele deveria destruir a Bastilha da Lâmina Sangrenta, mas pelo conteúdo da carta, falhou miseravelmente.

Havia agravantes. Satynir, o posto mais avançado junto a fronteira leste, havia caído, o segredo dos Forlarrens tinha sido roubado e novamente o demônio havia se libertado para marchar contra o povo faérico.

Pensava em como contar aquilo para a Matriarca e um calafrio lhe percorreu a espinha. A ira daquela criatura era incontrolável.

Incrível como aquelas criaturas mortais haviam evoluído. Em menos de um século deixaram de ser simples desbravadores para se tornar um império próspero e organizado fazendo frente militarmente às forças da natureza que o povo faérico controlava muito bem até então.

Fechou os olhos, mas pode ver mesmo assim o lampejo que se seguiu, bem mais próximo agora, seguido de um ruído altiíssimo. Pensou no sanguinário Chartriel, o domador de ventos e em Luthien, a talentosa Sith que havia iludido o poderoso Marechal Lâmina Sangrenta pór 20 anos. Tudo em vão.

Amras sabia o que o esperava por tamanho fracasso. Talvez, ele próprio desse um fim a sua ridícula existência. Esperava que sim. As gotas começavam a cair, grossas e pesadas.

Aerandir deu as costas à tempestade e se mesclou a grande raiz que se encontrava a sua frente, desaparecendo, como se nunca estivesse estado ali.

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