terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
O Monastério
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Ponta Sul
O navio do capitão Correrrios passava exatamente por estes bosques na primeira lua crescente do outono. Há dias a escolta do barão havia os deixado. Haviam escolhido seguir próximos a margem sul, para o caso de serem perseguidos por navios de Yulla mas agora a cautela pedia seu preço. Para não permanecer naquelas margens assombradas, navegavam a noite. O quase silêncio era abrasador. Cada estalo no casco do navio deixava todos atentos. Apenas Orlov dormia um sono tranqüilo e sonoro.
A jornada pelo Braço de Deus termina sem maiores incidentes, com a chegada no Olho Negro, o grande lago que marca o leste longínquo. Suas águas turvas e cheias de vida abrigam as rotas de comércio que permitem às terras a suas margens prosperarem, e seus peixes alimentam incontáveis bocas. Os elfos mais velhos, que viveram em tempos de glória contam que um dia suas águas foram tão cristalinas que ele era chamado de O Grande Espelho, mas são apenas lembranças e se foram com a grande destruição, há 600 anos.
Ponta Sul, a jóia deste lado do grande lago destacava-se logo adiante. Seus prédios baixos e brancos subiam a colina logo atrás do imenso porto, porto este que abriga dezenas de navios mercantes vindos de toda parte. Parada obrigatória para quem vem do Braço de Deus Ponta Sul conta com um comércio ativo para todo o tipo de comprador em pequena ou grande escala: matéria prima, bens manufaturados, objetos de arte, raridades gastronômica, bom vinho, enfim, quase tudo o que se pode comprar. No porto, são recebidos por uma pequena comitiva alfandegária que angaria pedágio para “manutenção” do porto.
Na noite que se segue, Orlov, Lorian e alguns marinheiros se divertem em uma taverna conhecida bebendo e se divertindo como lordes. Thassarian passa a noite no barco meditando sobre a viagem que terá até o acampamento/canteiro de obras da Ordem da Lança de Prata no sopé da Cordilheira da Pedra Cinzenta. Mas esse estado meditativo não impediu Orlov de tentar sem sucesso arrasta-lo para taverna onde, segundo este, havia escrito o nome de Lorian nos seios de uma meretriz que o aguardava ansioso.
Pela manhã Thassarian já aguardava os ressaqueados companheiros com as carroças carregadas e os homens prontos. A estrada os aguardava. Por 3 dias seguiram por entre uma estrada relativamente segura rodeada de fazendas pequenas, cujo povo que ali viva era pobre, mas ainda não esquecido pelo grande porto.
No princípio do quarto dia o abandono daquelas terras pelos senhores de Ponta Sul começava a transparecer enquanto as cordilheiras se avolumavam adiante. Fazendas queimadas, gado morto e mendigos na mais absoluta miséria pontuam o caminho, raros a princípio mas se tornando mais comuns com o passar dos dias, até se tornarem a regra ao invés da exceção. Sinais óbvios de depredação e violência também podem ser percebidos tanto nas propriedades quanto nos olhos amedrontados das pessoas. Questionada, uma senhora enrugada conta que ladrões agora assolam estas terras esquecidas pelos homens e deuses.
No sétimo dia, apesar de todo trabalho de batedor realizado por Thassarian, uma emboscada surpreende a comitiva e um combate violento se inicia. Divididos do resto de seus homens, Lorian, Orlov e Thassarian se vêem encurralados por um número muito superior de ladrões, obviamente desertores das guerras ao sul. Mesmo em desvantagem numérica conseguem através de perseverança e muita sorte superar o desafio, embora tenham terminado quase às portas da morte.
Os corpos dos agressores foram decaptados e deixados como exemplo para outros ladrões. A flâmula da Ordem da Lança de Prata foi deixada cravada em uma lança como assinatura do feito. Apenas Braam, o astuto foi levado como prisioneiro.
Não haveria mais nada entre a comitiva e o acampamento da Ordem da Lança de Prata.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
A Carta de Thassarian
Ano de 157 do renascimento.
Excelentíssimo Lorde Valkan Punhoférreo, Major da Lança de Prata;
Como é de seu conhecimento fui enviado até a região do Largo de Barak a leste com a missão de escoltar 30 homens (sendo 6 entre eles membros da Lança de Prata) projetos e material de construção civil para adiantar a construção do posto avançado de nossa Ordem.
Para tanto fui enviado no primeiro dia da última lua nova aproveitando a boa fluência do nosso belo rio Braço de Deus. Estava a bordo de uma boa fragata em companhia de homens corajosos e experientes. Entre eles, se destacarão neste relato um monge chamado Lorian e um mercenário vindo das terras do sul chamado Orlov (que se mostrou conhecedor das artes arcanas de combate), este último estava a trabalho para o capitão e conseqüentemente para a Ordem.
A viagem deveria durar cerca de 30 dias, mas um impasse se colocou entre mim e meu objetivo. Assim que aportamos em Poçofundo, deparamo-nos com a notícia de que um bloqueio militar acontecia rio abaixo. Deixei o navio sob custódia dos nossos levando apenas Lorian e Orlov que me pareceram ser mais confiáveis. (Lorian, aliás, é meu primo sanguíneo). Usando da autoridade da Ordem consegui audiência com a autoridade local, Sir Harold que nos foi bastante prestativo sobre o que acontecia. Na realidade todo aquele impasse acontecia em função do desentendimento entre os lordes que controlam aquele trecho do rio.
Junto com Lorian e Orlov entendi que a melhor forma de lidar com o assunto era resolvê-lo. O reino não precisa de mais guerras internas entre seus nobres e isso, imagino, só enfraquece o todo. Partimos os três imediatamente para o feudo mais próximo, após seguir por quatro dias chegamos aos domínios de Yulla, um pequeno forte consistente que mais parecia um acampamento bélico. Apresentei-me como representante da Ordem, mas mesmo assim Yulla enviou seu general para nos receber. Argumentei (e também meus companheiros) da importância de evitar a guerra e se aliar a outro lorde para evitá-la, mas o general se mostrou irredutível, por motivos que eu deduzi torpes orgulhosos e egoístas. Parti então, um tanto quanto preocupado para o encontro do próximo lorde.
Barão Stanislau se mostrou desde o princípio muito mais receptivo as idéias propostas por nós. Apesar de ser o dono do maior aparato de guerra e de ter ele mesmo iniciado o conflito, ele não desejava a guerra. Ele apenas se viu no direito de controlar o rio em função de ter custos maiores na defesa do mesmo com treinamento adequado de tropas e construção de navios de ocupação e patrulha. Além do que me pareceu um homem justo e honrado.
Depois esta reunião ficou acordado que em troca de uma escolta e passagem livre do navio da Ordem através do bloqueio ele teria o apoio político da Lança de Prata em sua empreitada. Para tanto o Barão ofereceu subsídios para que se fundasse uma sede da Ordem em suas terras. Penso eu ser uma ótima oportunidade para ter um entreposto no Largo de Barak.
Deixo para Vossa excelência a decisão e a validação do que eu disse.
Um outro assunto do qual eu gostaria de tratar é o da invasão de Poçofundo.
Retornamos para Poçofundo com o objetivo de retomar viagem junto com a escolta do Barão Stanislau de 40 valorosos homens e uma nau. Mas para nossa surpresa a cidade estava sitiada. Descobrimos que havia sido tomada por 150 homens de Yulla que reclamava a terra para si. Nossos homens e todos aqueles que não eram da cidade eram prisioneiros e o forte de Sir Harold estava sitiado. Senhor, naquele momento duvidei por um instante que poderia cumprir a missão a mim dada, mas homens valorosos a meu lado unidos ao povo corajoso e a soldados bravos da milícia garantiram que subjugássemos os homens de Yulla. Com destaque para o Sargento Cristovão que se “converteu” para nossa causa após se deparar 3x com a morte em nome da honra e foi peça crucial na nossa vitória. Para esse peço asilo militar.
Agradeço desde já a atenção e aguardo retorno. Que a luz esteja com você.
Thassarian, tenente da Lança de Prata.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
A Jornada - O Começo
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
O Primeiro Passo
Mas não esperem encontrar a Horda ou a Aliança, deuses antigos, titãs ou qualquer outra parte da ambientação de Azeroth retratada aqui. Nomes podem ser reutilizados, alguns temas visitados, mas as histórias escritas e o mudo criado serão diferentes. RPG é um jogo, sim, mas não de computador, seja estratégia ou MMO. É a arte da contação de histórias, dos jogadores em conjunto com o narrador, e é neste blog que pretendo dividir as nossas histórias.