Ano de 157 do renascimento.
Excelentíssimo Lorde Valkan Punhoférreo, Major da Lança de Prata;
Como é de seu conhecimento fui enviado até a região do Largo de Barak a leste com a missão de escoltar 30 homens (sendo 6 entre eles membros da Lança de Prata) projetos e material de construção civil para adiantar a construção do posto avançado de nossa Ordem.
Para tanto fui enviado no primeiro dia da última lua nova aproveitando a boa fluência do nosso belo rio Braço de Deus. Estava a bordo de uma boa fragata em companhia de homens corajosos e experientes. Entre eles, se destacarão neste relato um monge chamado Lorian e um mercenário vindo das terras do sul chamado Orlov (que se mostrou conhecedor das artes arcanas de combate), este último estava a trabalho para o capitão e conseqüentemente para a Ordem.
A viagem deveria durar cerca de 30 dias, mas um impasse se colocou entre mim e meu objetivo. Assim que aportamos em Poçofundo, deparamo-nos com a notícia de que um bloqueio militar acontecia rio abaixo. Deixei o navio sob custódia dos nossos levando apenas Lorian e Orlov que me pareceram ser mais confiáveis. (Lorian, aliás, é meu primo sanguíneo). Usando da autoridade da Ordem consegui audiência com a autoridade local, Sir Harold que nos foi bastante prestativo sobre o que acontecia. Na realidade todo aquele impasse acontecia em função do desentendimento entre os lordes que controlam aquele trecho do rio.
Junto com Lorian e Orlov entendi que a melhor forma de lidar com o assunto era resolvê-lo. O reino não precisa de mais guerras internas entre seus nobres e isso, imagino, só enfraquece o todo. Partimos os três imediatamente para o feudo mais próximo, após seguir por quatro dias chegamos aos domínios de Yulla, um pequeno forte consistente que mais parecia um acampamento bélico. Apresentei-me como representante da Ordem, mas mesmo assim Yulla enviou seu general para nos receber. Argumentei (e também meus companheiros) da importância de evitar a guerra e se aliar a outro lorde para evitá-la, mas o general se mostrou irredutível, por motivos que eu deduzi torpes orgulhosos e egoístas. Parti então, um tanto quanto preocupado para o encontro do próximo lorde.
Barão Stanislau se mostrou desde o princípio muito mais receptivo as idéias propostas por nós. Apesar de ser o dono do maior aparato de guerra e de ter ele mesmo iniciado o conflito, ele não desejava a guerra. Ele apenas se viu no direito de controlar o rio em função de ter custos maiores na defesa do mesmo com treinamento adequado de tropas e construção de navios de ocupação e patrulha. Além do que me pareceu um homem justo e honrado.
Depois esta reunião ficou acordado que em troca de uma escolta e passagem livre do navio da Ordem através do bloqueio ele teria o apoio político da Lança de Prata em sua empreitada. Para tanto o Barão ofereceu subsídios para que se fundasse uma sede da Ordem em suas terras. Penso eu ser uma ótima oportunidade para ter um entreposto no Largo de Barak.
Deixo para Vossa excelência a decisão e a validação do que eu disse.
Um outro assunto do qual eu gostaria de tratar é o da invasão de Poçofundo.
Retornamos para Poçofundo com o objetivo de retomar viagem junto com a escolta do Barão Stanislau de 40 valorosos homens e uma nau. Mas para nossa surpresa a cidade estava sitiada. Descobrimos que havia sido tomada por 150 homens de Yulla que reclamava a terra para si. Nossos homens e todos aqueles que não eram da cidade eram prisioneiros e o forte de Sir Harold estava sitiado. Senhor, naquele momento duvidei por um instante que poderia cumprir a missão a mim dada, mas homens valorosos a meu lado unidos ao povo corajoso e a soldados bravos da milícia garantiram que subjugássemos os homens de Yulla. Com destaque para o Sargento Cristovão que se “converteu” para nossa causa após se deparar 3x com a morte em nome da honra e foi peça crucial na nossa vitória. Para esse peço asilo militar.
Agradeço desde já a atenção e aguardo retorno. Que a luz esteja com você.
Thassarian, tenente da Lança de Prata.
Thassarian deixa com Sir Harold outra missiva endereçada ao lorde daquelas terras. Nela ele conta o ocorrido exaltando a coragem de Sir Harold e seus homens na retomada de suas terras. E se prontifica a mediar uma possível aliança entre ele e o Barão Stanislau. Thassarian aguarda retorno.
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