quinta-feira, 30 de agosto de 2012

As Raças do Império - Hobgoblins

Desde que Hagor Medalhavelha fundou o império já se passaram mais de setenta anos. O que começou como uma federação de cidades-estado hobgoblins, antes inimigas, se tornou um pujante império de muitas raças no qual credos e culturas diferentes se colidem e são ou absorvidos ou solapados pela estrutura militarista de seus fundadores.



Os Hobgoblins são a base do império. Embora não sejam a raça mais numerosa - esse mérito é dos Goblins - são a mais disciplinada. Seu principal traço cultural, herdado pelo império, é o da meritocracia militar. Não importa sua raça, classe social ou sexo, sua ascensão na hierarquia depende apenas de suas conquistas pessoais. Isso criou no império um ambiente de competição ferrenha entre aqueles com o potencial e determinação para isso, sustentado pelo trabalho em regime de semi-escravidão pela grande massa que não consegue nada melhor.

Mesmo com suas falhas, a sociedade hobgoblin melhorou sensivelmente com a criação do império. No tempo das cidades-estado todo cidadão era tomado dos braços de seus pais às 3 semanas de idade, para ser criado pelo exército. Uniões eram determinadas apenas por conveniência, e apenas entre aqueles de mesmo status na hierarquia militar. A exceção se dava aos vistos inadequados para o serviço militar, pouco mais que escravos. Pode-se dizer que a introdução da estrutura familiar no império se deu pelo contato e assimilação das inúmeras tribos goblin e hobgoblin menores.

Não é de se espantar, então, que a medida que se afasta da capital e cidades-estado originais há uma gradativa perda da disciplina militar extrema hobgoblin em prol de uma organização mais tribal e familiar, muito embora a Hierarquia (como é atualmente conhecido o sistema de classes do império) seja quase onipresente.

Sua relação com as outras raças era distante no início, devido a seus hábitos escravocratas, mas se estreitou com o tempo. Seu intelecto superior e costume de aprendizado formal cria um sentimento de superioridade em relação aos outros, entretanto.

Em última nota, a escravidão que antes formava a base de sua economia foi substituída por mão de obra barata. Custando pouco mais que escravos não só acabou com a responsabilidade de manter subjugados seus trabalhadores como adicionou um enorme volume de potenciais soldados, que se mostrou crucial nas décadas de guerra constante que continua até os dias de hoje.

Físicamente hobgoblins são atarracados e definidos, um pouco mais baixos que humanos, de tórax largo, braços compridos e pernas mais curtas, possuindo uma postura ligeiramente símia. Sua pele pode possuir vários tons, como cinza-esverdeado doentio, que escurece para o verde-musgo com a exposição prolongada ao sol, do amarelo pálido ao ambar, e do vermelho ao rubro sangue, mais raramente até chegando a tons de azul arroxeado. Seus olhos são laranjas ou vermelhos, e seus rostos largos e orelhas pontudas lhes dão um ar felino. Amadurecem rapidamente, já conseguindo andar e se alimentar direito aos 6 meses, e com 14 já são adultos plenos.

Alinhamento: Devido a sua cultura extremamente hierárquica e militar, são em sua maioria Leais. Até a fundação do império a dureza das relações pessoais e treinamento desde a infância dava a raça uma forte tendência ao Mal. Nos últimos 70 anos a tendendia maléfica foi em grande parte eliminada, embora a influência ordeira seja tão forte quanto antes.

-Traços Raciais-
+2 Constituição, +2 Inteligência: Hobgoblins são resistentes e possuem uma mente rápida e afiada.
Goblinoide: Hobgoblins são humanoides com o subtipo goblinoide.
Velocidade Normal: Hobgoblins tem um deslocamento base de 9m.
Visão no Escuro: Hobgoblins podem ver no escuro a até 18m de distância.
Estudo Focado: No 1º, 8º e 16º níveis Hobgoblins ganham Foco em Perícia em uma perícia de sua escolha como um talento bônus. Como arquitetos e líderes do império hobgoblins se mostram especialistas versáteis.
Alquimistas: Hobgoblins recebem um bônus racial de +1 em testes de Conhecimento: Engenharia e Ofícios: Alquimia devido ao maior foco do império em seu estudo.
Linguas: Hobgoblins começam o jogo falando Goblin. Aqueles com altos valores de inteligência podem escolher dentre as seguintes: Dracônico, Infernal, Orc, Vishkanya e Élfico.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Tempestade


Uma grande nuvem escura pairava sobre o Palácio das Manhãs Flamejantes. Aerandir Flamabranca, arquidruida do Palácio de Cristal, nomeado pela própria Matriarca, observava atentamente os movimentos sutis da nuvem. A profundidade de suas matizes e tentava medir a força da tempestade que se abateria no grande bosque imperial.  

Nesse momento um pequeno pássaro de penas vermelho sangue e amarelo ouro pousou junto a varanda de pedra a apenas alguns centímetros de Aerandir. Em seu pé um pequeno pergaminho amarrado com um fio de ouro.

O pássaro aguardou até que Aerandir tirasse o inútil peso de seu corpo e então partiu. O Arquidruida ficou a observa-lo até que sumisse no horizonte, então, olhou para o pequeno pergaminho e o desenrolou.

Leu e releu cerca de dez vezes. Agora estava apoiado contra a murada de pedra da ampla varanda na torre mais alta do palácio, e o vento havia mudado, soprava mais forte. Um raio cortou o horizonte ao longe seguido de um leve estrondo. Haveria tempestade.

Há 30 anos havia passado uma simples misssão para seu pupilo mais talentoso Amras, o pastor de fadas. Ele deveria destruir a Bastilha da Lâmina Sangrenta, mas pelo conteúdo da carta, falhou miseravelmente.

Havia agravantes. Satynir, o posto mais avançado junto a fronteira leste, havia caído, o segredo dos Forlarrens tinha sido roubado e novamente o demônio havia se libertado para marchar contra o povo faérico.

Pensava em como contar aquilo para a Matriarca e um calafrio lhe percorreu a espinha. A ira daquela criatura era incontrolável.

Incrível como aquelas criaturas mortais haviam evoluído. Em menos de um século deixaram de ser simples desbravadores para se tornar um império próspero e organizado fazendo frente militarmente às forças da natureza que o povo faérico controlava muito bem até então.

Fechou os olhos, mas pode ver mesmo assim o lampejo que se seguiu, bem mais próximo agora, seguido de um ruído altiíssimo. Pensou no sanguinário Chartriel, o domador de ventos e em Luthien, a talentosa Sith que havia iludido o poderoso Marechal Lâmina Sangrenta pór 20 anos. Tudo em vão.

Amras sabia o que o esperava por tamanho fracasso. Talvez, ele próprio desse um fim a sua ridícula existência. Esperava que sim. As gotas começavam a cair, grossas e pesadas.

Aerandir deu as costas à tempestade e se mesclou a grande raiz que se encontrava a sua frente, desaparecendo, como se nunca estivesse estado ali.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Palestra Ilustrada Sobre Fadas do Instrutor Pénajanta

Faunos

Satiros

Espreitador Cruel

Forlarren

Gremilin - Pugwamp

Gremilin - Jenkins

Gremilin - Fuath

Driade

Ent


O CAÇADOR SOMBRIO DEJAI


A volta ao Machadada acontece de forma tranqüila. Apesar do uivo distante, as assombrações noturnas não aparecem para os quase 370 enviados de Lâminasangrenta. O caminho vai sendo aberto a gritos e machadadas, deixando uma trilha devastada para trás.

O Centurião Lançalonga mantêm o grupo de Braçoforte descansando dentro da carruagem de batalha por todos os 3 dias.

“ Preciso de vocês inteiros rapazes, são os únicos que conhecem aquela região, então terão muito trabalho quando chegarmos lá.”

Um batedor avançado surge para anunciar que o acampamento Machadada está próximo e seguro.

Vocês entram na conhecida clareira onde há poucos dias lutaram juntos por suas vidas. O lugar se tornou um cemitério. Abutres e pequenos animais carniceiros devoram 100 cabeças de conterrâneos se enfileiram em torno da torre abandonada. O resto do acampamento não existe mais, um amontoado de escombros e podridão. Lançalonga alheio a tudo aquilo, brada ordens!

“Quero essa área limpa em uma hora. Queimem as cabeças – pela grande mãe, onde estão os corpos? - abram mais 30 metros em todas as fronteiras. Quero uma Paliçada pronta amanhã a tarde!!! Batedores, assegurem o perímetro e me dêem o relatório!!! Quero uma cozinha pronta em 1 hora ali no canto sul. Os homens tem fome! Se essas fadas pensam que essa demonstração de força vai impedir Durotar de dar-las um chute no traseiro, estão muito enganadas!Droga onde está meu charuto???”

O Centurião hobgoblin olha para Braçoforte:

Bom tenente, creio que estão descansados. Me explique: de onde vieram os ataques, qtos eram e de que forma atacaram. Preciso preparar defesas adequadas. Depois que eu projetar o acampamento estarei livre para conhecer o Abrefadas. Estudei aqueles mapas por 2 dias e tenho tudo aqui... Mas preciso atualiza-los, afinal foram feitos 30 anos atrás. Um rio pode secar nesse tempo.

Centurião Lançalonga

O dia foi cansativo e produtivo. A área foi limpa, a madeira para uma paliçada com o dobro do tamanho foi cortada, fogueiras construídas, postos de vigilância definidos. A cozinha montada, assim como uma ferraria improvisada. Após conseguir bastante carvão, existirá uma forja no canto sudeste.


No meio da noite a barraca dos três é invadida por um fedor de merda de porco. E um “shhhhh”corta o silêncio. Um rosto familiar se delineia sujo de lama e merda.


“Sou eu, Dejai...”


“Me fiz magicamente de morto enquanto eles destroçavam o resto de meus homens e escapei antes das decaptações.”


“Sei que minha presença é altamente suspeita aqui e estou disposto a ser investigado por Ugh’du-Jarrá, mas antes gostaria de contar algo. Algo maior do que este acampamento, maior do que qualquer glória ou honra que pudessemos alcançar.”


“Escutem, eu não poderia contar isso a NINGUEM, pois não sabia quem era fiel a ELE e quem era fiel à Durotar, mas agora confio em vocês.”


Eu já desconfiava do Marechal Lâminasangrenta desde que este se recusou a receber o Triunfo. (o chefe vencedor, com coroa de louros e em carro puxado por 2 kodos brancos, parte do Campo de Guerra para o desfile triunfal.) Um homem sempre tão cheio de si e orgulhoso recusar a maior demonstração de agradecimento de Durotar??? Meu trabalho sempre foi duvidar de tudo e de todos. Parti para oferecer serviços ao próprio marechal e notei certos comportamentos estranhos. O marechal, sempre que pensava estar sozinho comentava para si mesmo sobre o quanto ele confiava “nela”. A princípio pensei ser a própria Legião, mas com a constância e a minha argúcia percebi que se tratava de ALGUÉM. Obviamente nunca consegui questionar o próprio general ou seria um ótimo motivo para perder a cabeça. Uma certa noite segui o Marechal e suas “fugidinhas noturnas” e cheguei a ouvir uma conversa, que não entendi, mas ele estava sozinho quando cheguei. Ele ficou furioso. No outro dia fui ordenado Centurião e me enviaram para o posto Machadada, que ao meu ver deveria se chamar Posto Matadouro. Não fui o primeiro a ser enviado para morrer.


Mas agora, depois que descobriram o diário, tudo fez sentido. Pode ser que haja alguém controlando o Marechal, ou o Marechal nem é quem pensamos ser, mas uma maldita fada usando sua pele. 

Dejai então bate com a mão suja na cara:

É obvio que ele enviaria de imediato a Centúria residente. Assim a fortaleza ficaria desprotegida e um ataque em grande escala acabaria com todos lá.

Pelo Aço da minha espada! Eles jogarão os malditos Forlaren como trunfos. Eu vi pelo menos 5.000 fadas se movendo em um grande exército na floresta na direção da Bastilha. Vai ser um massacre.

A lenda de Hóng Gōu


Em tempos imemoriais existiu um poderoso Xogum, cujo nome a história esqueceu. Conhecido como Hóng gōu ou a Barreira, manteve por cinco décadas suas fronteiras com os Emish impenetráveis até expulsa-los de fato. Mas ele voltou mudado. O povo que o respeitava agora o temia. Hóng gōu organizou incursoes império adentro com o objetivo de “purificar-lo” mas acabou por causar o maior derramamento de sangue de todos os tempos. O conselho de guerra imperial tentou para-lo, mas o grande xogun se virou contra eles, causando uma grande guerra interna que terminou na derrota de Hóng gōu. Seu corpo jamais foi encontrado, dizem que fugiu para as florestas densas de Ashikaga.

Ano do rato 3.223 – outono
Estes são os registros de Oda Nobunaga. Kazoku (nobre) da Terceira casa real de Leyatsu Tokugawa e historiador por vocação. História, música, heráldica e lingüística são a minha vida. Apesar de um parco conhecimento sobre arcanismo, me interesso bastante pela área e procuro sempre que posso adentrar-me em seus caminhos sinuosos (…)

Ano do rato 3.223 – inverno
(…) adquiri pergaminhos antigos encontrados na tumba da antiga família de xoguns Takaúgi apontam para a possível localização do esconderijo/túmulo de seu maior inimigo: Hóng gōu. Sinto que um tesouro inestimável me foi entregue em mãos (…)

Ano do boi 3.224 – verão
(…) os mesmos tipos de obsídianas que encontrei estão em posse dos moradores do vilarejo (…)
Encontrada a entrada para a tumba. Medindo (…) Que comecem as escavações.
(…) as paredes cobertas com um antigo dialeto insular (…) Nenhum corpo ou cova encontrado até (…)

Ano do boi 3.224 – inverno
(…) nova câmara secreta. De tamanho descomunal (…) homem algum poderia construir sozinho (…)
(…) rastros encontrados. Algo muito grande viveu aqui pelo menos nos últimos (…)
Tradução que pensei ser chave. Hai kais do próprio xogun eu imagino.
“mergulhado no abismo do só. Aberto em fúria e loucura. Procura redenção a Oeste.  “
Termo Oeste repetido diversas vezes… (...)

Ano do tigre 3.225 – verão
(…)procurando por rumores em quase toda costa oeste da ilha (…) nenhum sinal (…) o que me faz pensar se Oeste se referem a terras além mar (…)

Ano do cavalo 3.229 – primavera
(…) navio mercante para as terras do Oeste (…)

Ano do cavalo 3.229 – verão
(…) O calor e a vastidão agreste de Durotar (…) criaturas brutas mas civilizadas – sem deixar sua natureza selvagem para trás (…)
(…)contratou mercenários para mim  (…) hobgoblin e um goblin chamado Seguepasso (…)
Viajantes (…) vilarejos (…) nenhuma pista (…) sertões setentrionais onde encontramos um orc ex legionário trabalhando em uma fazenda de javalis. Em seu peito um colar com uma peça trabalhada de obsidiana (…) ruínas no Vale Gris (…) Acampamento do Lenhador (…)
(…) Mata das Borboletas (…) vegetação nativa, ervas raras (…) acampamento de lenhadores abandonado (…)
Ruínas idênticas a de Ashikaga… o que significaria (…) textos em insular arcaico:
“redenção em forma de protetor (…) vidas eternas (…) espíritos azuis (…)
brumas brancas encobriram nossa visão e pude vislumbrar uma sombra. (…) chamei por Hóng gōu mas me disse se chamar Yangshao, o verdejante (…) uma língua de fogo verde saiu de sua boca (…) o goblin era apenas pedra (…)
(…) escondido em uma (…) busca chegou ao fim (…) seria a mesma pessoa? Seria uma pessoa? (…)


::texto recuperado do diário de um insular curioso e morto encontrado nas bordas do acampamento de Finir Corremato.::

sexta-feira, 27 de abril de 2012

De Medo E Sangue


Lembranças são para fantasmas.

Se sentia como na longínqua Fenda Invernal. A brisa fria da noite batia em sua fronte enquanto avançava velozmente pela mata.  Farejando sangue no vento. Farejando o medo deles.

Já havia abatido mais de seis nos últimos minutos. Não, eles não sairiam dali, não sobraria ninguém para contar a história. Como antes, como sempre.

Histórias são para fantasmas.

Corram filhotinhos, corram. Assim a caçada se torna mais longa. Um pouco mais longa.

Viram aqueles olhos enormes que emamanvam uma luz glacial? São para te ver melhor…

Ouviram aquele focinho cinzento prescrutar o ar da noite? É pra te farejar melhor…

O que eram aquelas presas ameaçadoras naquela poderosa mandíbula? São apenas para te devorar.

Havia encontrado mais um rastro. Um rastro tardio e seguia para o sul. Eram 3, e um deles fedia a peixe. Saltou sobre alguns troncos para ganhar altitude e logo pousou sobre um rochedo que atravessava aquela área. Conhecia aquelas terras como a sua própria. Todas as suas alturas, todas as suas cores e nuances, todo o seu poder.

Fugas do passado são para fantasmas.

Desde que Amra, o ceifador de estrelas o evocou das profundezas geladas da Fenda Invernal não existiu mais paz. Tanta guerra, tanto sangue.

Eles agora estavam perto, haviam se unido a mais 3. E combatiam. Os inúteis gremlins, ele presumia. Sangue, suor e adrenalina no ar. Aquilo o divertia. Parou e observou suas presas. Estava a 12 metros. O ponto exato para o abate. Mas aprendeu com o tempo que não se deve subestimar a presa. Então uivou. Uivou como faziam seus ancestrais. E viu deliciado o medo tomar conta de três de suas patéticas presas. Os outros ficaram e se prepararam. Há muito não entrava em um combate aberto e não perderia essa chance agora.

Apresentou-se a seus oponentes com um salto selvagem erguendo-se então sobre 2 patas, assim como aprendeu com os seus. Os outros estavam armados com machados e espadas feitos pelo temido aço goblin. Mas ele não os temia, sua natureza não era faérica, e poucas criaturas tinham poder suficiente para causar-lhe algum ferimento.

Antes de qualquer reação das criaturas inimigas atacou. Estocadas rápidas. Precisas. Mas ficou surpreso ao ver que grande parte de seu ataque resvalou na armadura bem feita de seu adversário. 

Clemência é para os fantasmas.

Ataques lentos e ineficazes foram feitos contra ele, mas o que fedia a peixe e possuía a pele escamosa o atingiu em cheio. Descuido. Se não fosse quem era poderia ter se ferido. Não aconteceria de novo.

As criaturas conversaram em sua língua rude e complexa e acabaram por se retirar, com exceção de um. Ele não tinha medo. Ele tinha fúria e orgulho nos olhos. Ele mereceu morrer como um guerreiro. E teve seu coração devorado, como devia ser.

Esse tempo foi precioso para suas presas covardes que já haviam alcançado o rio, se afastarem-se muito, não haveria como rastrea-los. Foi rápido como um raio de luar e conseguiu vê-los embarcar em uma pequena embarcação. NÃO. Não podiam. Todo o frio de seu coração tronou-o uno com seu elemento, e a um toque a água o obedeceu tranformando-se em gelo parando a correnteza. Eles estavam a sua mercê. Mas o instinto de sobrevivência transforma criaturas fracas em titãs. Usando-se dos remos, suas presas conseguiram se desvencilhar de sua armadilha gélida e seguiram correnteza a baixo.
Não era possível, jamais, em anos.... a fúria o cegou e ele inchou... e soprou...


Mesmo que sua manobra tivesse matado 2 deles, 3 haviam fugido. Do alto de uma rocha observava o pequeno barco desapacerer em uma curva do rio trainçoeiro.

Lamúrias são para os fantasmas.

Machadada Cai


O orc Graur Olhosdelince jamais imaginou que acabaria daquela forma, não que não fosse honroso, mas era “de repente” demais. Em um momento estava observando o sol que se punha. A tarde descia mansa e tranqüila, nem pareciam estar no front, mas a trombeta de alarme soou bem as suas costas fazendo-o saltar.... – Ora, mas que brincadeira ser essa.... – Graur engoliu suas palavras qndo percebeu que um enxame de gremlins invadiam de forma desordeira o flanco sul do acampamento. Mas como??? Onde estavam os sentinelas?? Olhou novamente para a torre norte, o último bastião de esperança “ pelo pai guerreiro, a tocha deveria ter sido acesa.... a torre caiu”... “ Força e honra!!”  Ele bradou com toda sua alma antes de acertar a primeira fada que já ia degolando um goblin que corria desembestado em sentido contrário....

Muitos foram pegos de surpresa e tentavam sair de suas barracas ou mesmo chegar ao armorial, mas eram interceptados pelas pestes infernais. De onde estava tinha a noção de tudo o que ocorria lá em baixo, tentou gritar algumas ordens, mas foi em vão, não ouviriam um recruta. Mais uma fada caiu sob suas poderosas flechas. Um estrondo lá em baixo tirou sua concentração, mas teve reflexo o suficiente para se esquivar se um enorme sapo que entrou VOANDO carregado desses demônios faéricos. Sacou sua machadinha enquanto o sapo alado deixava a torre e deixava tb um contingente de 2 gremlins nojentos. Dois dos seus caíram na primeira investida das criaturas, mas ele e um companheiro se esquivaram matando 2 fadas no contra-ataque, mas daí em diante tudo se tornou escuro. Algo o havia atingido no baço por trás... o sangue evaia-se aos borbotões e nem os olhos ele conseguia abrir. Os sons da batalha foram se dissolvendo até nada mais ouviu... Era seu fim.
Uma energia quente e elétrica percorreu seu corpo. Abriu os olhos quase assustado procurando com as mãos seu machado.  Um goblin esbaforido e suado o observava.
“ Vc sabe usar uma besta?” ele perguntou.  Sim, posso, respondeu Graur. Agora tudo voltava a sua mente, a invasão, o sapo, a estocada... agora conseguia se situar e toda a batalha se fez gigante a seu redor. A grande pira havia sido acesa e o corpo de dois gremlins jaziam próximos, um queimado, outro empalado por um virote.

Reconheceu aquele goblin assim que se ergueu. O clérigo recruta. Não se lembrava seu nome, mas não importava, depois agradeceria. Estava vivo para batalhar novamente. O goblin pediu ajuda com uma caixa tampada por um pano, Garl não chegara a ver o que era, mas agora contemplando a FURAFADAS estava extasiado. Uma besta de repetição de 6 tiros. Era um milagre da engenharia. Jamais havia visto tal arma, e estava ancioso para vê-la em ação. Ajudou o goblin a posiciona-la em um pé fixo e armou-a. Enquanto isso teve noção do quadro da batalha: Alguém havia tocado a trombeta – imaginava que o próprio goblin – e os homens antes separados formavam agora uma falange defensiva de costas para a paliçada norte e liderados pelo próprio Caçador Sombrio Dejai. Os gremlins estavam e costas para ele . “ótimo, alvos fáceis” – ele pensou olhando para a grande FURAFADAS.

Não teve o prazer de atirar com ela, mas teve o prazer de ver o goblin clérigo fuzilar 6 faunos que haviam acabado de chegar a frente de uma tropa de arqueiros de uma raça que Graur não reconheceu. O combate não estava fácil, mas podia ser virado.

Foi quando um estrondo veio da mata atrás da paliçada. Momentos depois surgiram de dentro dela 2 formas imensas. Deviam medir uns 9 metros e vinham vagarosamente. Eram árvores vivas!!! Pararam a meio caminho da paliçada e se abaixaram. Com pedras enormes fizeram um arremesso preciso que destruiu o topo do centro da paliçada. “Não!! Agora não!!”. Teve o ímpeto de descer e para-las a machadadas, mas mudou de idéia quando notou que o goblin havia destruído a rampa de acesso.


Parece que Dejai teve a mesma percepção que ele e o flanco direito da falange foi deslocado e se encaminhou para parte de trás da paliçada. Foi difícil distinguir os vultos que em seguida se encaminharam para as arvores atiradoras de pedras mas inha certeza que aquele homem lagarto que trouxera javali era um deles.




Em menos de um minuto no entanto, o pequeno grupo conseguiu derrubar uma das grandes criaturas mas em vão, a outra havia acabado de abrir um buraco na paliçada e uma infinidade de gremlins se dirigiam para essa falha na defesa. Era o fim. Olhou em torno e não viu o goblin que o ajudara. No final, um covarde fugitivo. Bom, melhor para ele... agora eram só ele, os gremlins e a ABREFADAS.

Gargalhou de prazer quando a primeira saraivada empalou a primeira leva de gremlins nojentos.